Por Lyza Freitas
O Centro Integrado de Educação Especial (Cies) agora adota definitivamente o caráter de apoio pedagógico e inclusão escolar. Tanto o atendimento às crianças quanto a metodologia utilizada para o ensino ganham um conceito mais específico e novas estratégias para trabalhar o desenvolvimento dos educandos a partir desse ano.
Com as mudanças, o Cies deixa de ter um caráter de escola e passa a se caracterizar exclusivamente como Centro, como o próprio nome já sugeria. O novo conceito é que, de acordo com as exigências do MEC(Ministério da Educação e Cultura), não deva mais existir escolas especiais.
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional aponta para a inclusão escolar das pessoas com deficiência na rede regular ensino como qualquer outra pessoa dita normal. Devendo existir apenas centros de apoio especializado para subsidiar e acompanhar o ensino dessas pessoas nas escolas comuns.
Como fazia antes, O Cies não irá mais trabalhar com conteúdos escolares nem cumprir a carga-horária exigida por lei para as escolas comuns. O que diminui o tempo de atendimento de cada criança, mas oportuniza o melhor desenvolvimento de habilidades que possam auxiliar as crianças no seu desenvolvimento escolar.
Rosângela Sousa, assessora técnica do Centro esclarece melhor a idéia dizendo que “a nova metodologia propicia uma otimização no atendimento individual dos educandos, pois haverá mais tempo para a observação de cada aluno separadamente".
“Agora os estudos de casos e os planejamentos podem ser feitos de maneira que sejam trabalhadas as especificidades e as deficiências de cada um, visando sempre o desenvolvimento de habilidades que possam ajudá-los na inclusão escolar, nas redes regulares de ensino”, complementa ela.
Surgem os núcleos de atendimento diferenciados como forma de estimular as crianças a trabalhar suas habilidades funcionais. O NAES – Núcleo de Atendimento Educacional Especializado trabalha com as crianças que estão em processo de inclusão escolar.
Uma das professoras do Núcleo, Deyse Cardoso, explica que a primeira etapa do atendimento é uma avaliação diagnóstica, onde se desenvolvem os planos individuais de intervenção dos alunos. “Com a avaliação cognitiva, com observações e estudos sobre a própria deficiência do educando, fica mais fácil trabalhar o desenvolvimento dele”.
Toda sexta-feira é feito um planejamento estratégico, com estudos de como e o que será trabalhado naquela criança durante a próxima semana. “Além disso, é feito um acompanhamento nas escolas em que elas estão sendo incluídas, para facilitar o processo de inclusão. Nós visitamos as escolas para observar o seu desenvolvimento e até para fiscalizar mesmo, conferir se ela está sendo incluída de fato, se o professor está contribuindo para isso”, complementa Deyse.
Há ainda o Núcleo de Estimulação Precoce, composto pela equipe de fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos que trabalham em conjunto e interagindo entre eles, para estimular o desenvolvimento das crianças de zero a três anos.
O NAP (Núcleo de Apoio Pedagógico Especializado) atende as crianças que já estão incluídas na rede regular de ensino. Elas recebem o apoio para a realização das tarefas escolares, segundo suas necessidades. É composto por professores especialistas e supervisionado por psicopedagogas.
O atendimento familiar que já existia, torna-se agora um trabalho mais sistemático no sentido de dar o apoio necessário às famílias como uma forma de amenizar as ansiedades provenientes da lida com a própria deficiência do filho que já é tão sofrida. Na porta de entrada para esse atendimento encontram-se as assistentes sociais e em um segundo momento a equipe de psicólogos auxiliam os pais através da realização de dinâmicas e encontros.
Rosângela Sousa diz que até agora mais de 100 crianças já são ou estão sendo incluídas nas escolas regulares e que a tendência é só aumentar. “Com a nova metodologia, que toma menos tempo devido ao atendimento individual diferente da rede regular, sobra mais tempo e espaço para atender a fila de espera.
