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NOSSAS EXPERIÊNCIAS

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Preparar para incluir, receita de sucesso do Cies

Por Lyza Freitas

Luzia Gomes trabalhava no Lar da Fraternidade, casa dedicada ao cuidado de pacientes soro positivo, a 12 anos atrás quando uma das pacientes pediu que ela criasse sua filha recém-nascida. Por sorte a menina não havia adquirido o vírus. Luzia se negava, pois já tinha três filhos criados. “Não tenho mais idade nem condições de criar alguém”, dizia.

Mas com a morte da mãe da menina chamada Jackeline, dois anos depois do seu nascimento, Luzia que já conhecia e tinha todo um carinho pela criança, sentiu a necessidade de cuidar dela e adotou-a. Desde o início da convivência, Luzia começou a perceber que Jackeline não correspondia a certos estímulos. Mas apenas quando ela tinha sete anos de idade, depois de muito caminhar para médicos especializados, Luzia descobriu que Jackeline possuía um tipo de deficiência mental moderada.

Ainda pequena ela já freqüentava escola regular de ensino, mas de acordo com sua mãe, tinha grandes dificuldades de aprendizado, de relacionamento e de memorização. Luzia diz que “ela tinha muito medo de conversar com os amigos de classe, tinha medo de ficar sozinha”. Tanto é que hoje, com 12 anos de idade, ainda vai começar a cursar a 2ª série do ensino fundamental, por não conseguir acompanhar o andamento do aprendizado como os outros alunos.

Luzia não desistiu. Desde que ficou sabendo da deficiência ela tem procurado tratamentos adequados à sua filha para amenizar os déficits. Logo após constatar o problema da filha ela começou a ser atendida pelo Centro de Crianças Especiais (CAPES), como é até hoje. E nessa busca por tratamentos ela conheceu o Cies (Centro Integrado de Educação Especial) em 2007, quando ele foi inaugurado. A partir de então Jackeline vem sendo atendida no Centro.

Hoje ela freqüenta o Centro pela manhã e a Escola Estadual Maria do Carmo no Dirceu Arcoverde I durante a tarde. O Cies serve como uma forma de subsidiar o ensino regular, pois possui uma rede de apoio à inclusão paras crianças que freqüentam as classes normais de ensino ou que vão ser preparadas para freqüentá-las. É um atendimento que auxilia os alunos, nas suas especificidades, a ingressarem nas escolas utilizando técnicas e atividades que estimulem o aprendizado de crianças com deficiência intelectual.

Luzia conta que depois que ela entrou no Cies foi que começou a melhor se desenvolver. “Hoje ela já sabe ler, tem mais segurança, deixou de ter medo de conversar e ficar entre as outras pessoas e até conversa com os outros, tem mais facilidade de memorizas as coisas, se concentra melhor”. Luzia ainda diz que o desenvolvimento dela foi um presente de Deus e que sabe que é devido ao Cies, porque ela só melhorou depois que começou a frequentar o Centro.

Segundo a mãe, Jackeline é “despercebida”, mas é uma menina doce, meiga, que não dá trabalho e até ajuda em casa desenvolvendo tarefas que qualquer criança pode realizar. Mas ela reconhece que o melhor desempenho em atividades só aconteceu de fato depois do Cies.

CIES promove inclusão social

Por Érica Valéria

Dona Francisca das Chagas Silva percebeu que sua filha Luana era uma criança diferente nos primeiros dias de vida, segundo a mãe, a criança não se mexia quando a colocava no berço, não fazia gracinhas nem demonstrava interesse em descobrir o mundo como às outras crianças. O comportamento da criança gerou uma preocupação em dona Francisca, e com razão, Luana é autista.

O autismo é um transtorno do desenvolvimento que compromete todo o avanço psiconeurológico, afetando a comunicação, (fala e entendimento) e o convívio social, apresentando em muitos casos um retardo mental.

A mãe de Luana logo procurou atendimento especializado para a filha, com um ano de idade a criança começou a fazer fisioterapia na APAE, com dois anos passou a freqüentar o Centro de habilitação Ana Cordeiro e esse ano foi transferida para o CIES (Centro Integrado de Educação Especial), aonde vem se destacando como uma das crianças que mais evoluiu tanto no aspecto cognitivo quanto na socialização.

"A Luana chorava muito na sala de aula, não queria ficar só com as professoras, não se concentrava, não falava, hoje ela já chega e abraça as professoras, atende ao nosso chamado aprendeu a chamar titia de uma semana pra cá já chama mamãe e também   balbucia outras palavras, ela evoluiu muito apesar de ser uma criança autista". Afirma Rejane Sousa professora do CIES.

No CIES Luana também é atendida pela psicologia, fonoaudiologia e psicomotricidade, o atendimento educacional e terapêutico que vem sendo realizado com Luana e os mais de 200 alunos do CIES tem sido de fundamental importância para a evolução e inclusão social dessas crianças.

As professoras do Centro desenvolveram uma proposta pedagógica que leva em conta as necessidades de adaptação dos alunos com deficiência, realizando assim atividades dinâmicas como aulas de campo, de artes e de informática proporcionando um atendimento completo aos alunos.

Thaisa Araújo, aluna do ensino fundamental, é uma das crianças que participa das aulas de campo realizadas pela escola, ela tem síndrome de down e assim como Luana também não falava antes de freqüentar o CIES. Agora a menina que era arredia e não se concentrava nas aulas, é considerada pelas professoras Termute Barros e Maria Francisca Rodrigues como uma das crianças que mais progrediu na escola, a menina é um orgulho para a mãe.

"Tive uma gravidez muito difícil, e demorei procurar tratamento pra minha filha, por isso que ela não fala, mas depois que começou a freqüentar os tratamentos do CIES ela melhorou muito, eu me emociono quando escuto ela chamar vovô e vovó, ela é muito amada tanto por mim quanto por meus pais", relata Maria do Socorro Araújo mãe de Thaisa.

De acordo com a Coordenadora Pedagógica, Socorro Macêdo a evolução dos alunos se deve à competência da equipe de professores que desenvolveu uma metodologia para cada aluno ao amor que dedicam ás crianças e a luta pela inclusão social.

A implantação CIES foi uma das metas estabelecidas e cumpridas pela Secretaria Estadual para Inclusão da Pessoa com Deficiência – Seid, que foi proporcionar uma escola publica especializada para as pessoas com deficiência mental. Com oito meses de funcionamento casos como o de Thaisa e Luana comprovam o bom resultado dos trabalhos do CIES.

O CIES iniciou os seus trabalhos em 16 de abril de 2007 por meio de uma parceria da Seid e da Secretaria de Educação. Hoje, com mais de um ano de funcionamento, o Cies coleciona muitas vitórias, avanços e histórias de êxito. Com certeza continuará lutando e logrará mais sucessos, porque sabe que muito ainda precisa ser feito para garantir a plena incluisão dessas crianças que são mais que especiais.

 

 

Centro Integrado de Educação Especial
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